José Aparecido Ribeiro

Veja o complexo da lagoinha: Está sujo, feio e descuidado. Estive em Campinas essa semana e fiquei impressionado com a limpeza, o cuidado com os viadutos, praças e locais públicos. Tudo impecável. A cidade sofre com o transito intenso, como todas no Brasil que não se prepararam para esta nova realidade que não tem volta. Mas não ha buzinação e nem desrespeito como em Belo Horizonte. Lá o trânsito flui melhor e as pessoas respeitam umas as outras. Não existe um viaduto que não tenha iluminação e paisagismo em seu entorno. Não existe também um risco de pichadores em fachadas. As obras viárias como elevados, pontes e passarelas são um exemplo a ser copiado. Tudo limpo, bonito e combinando com o ambiente.

 Campinas vem provar que é possível fazer obras para desatar os nós do transito, sem grandes impactos ambientais e visuais. Os equipamentos urbanos são integrados e de arquitetura leve. Se não bastasse, o asfalto é liso; não existem murundus; a sinalização da cidade é visível, padronizada e de fácil compreensão. Ao contrário de BH para quem chega pela Av. Antonio Carlos, por exemplo, e tem a Zona Leste como destino, corre o risco de ir parar na Zona Oeste, pois não há sinalização adequada orientando visitantes ou mesmo cidadãos que não conhecem a cidade. Campinas é cortada pelas melhores Rodovias do Brasil. Anhaguera, Santos Dumont, Dom Pedro, Bandeirantes e outras.

A cidade também tem vias expressas cortando a região central nos 4 sentidos, sem interrupção de trafego. Em todas as interseções de grandes avenidas, ha trincheiras ou viadutos. Todos muito bem construídos e extremamente bem cuidados, com paisagismo e verde por todos os lados. O limite de velocidade em toda a cidade é de 70Km. Tem radares apenas onde ele são necessários, e todos respeitam. O trânsito flui. Em 3 dias visitando Campinas, não vi mendigos, indigentes ou cracolandias. As ciclovias existem marcadas horizontalmente no asfalto em várias avenidas, mas funcionam apenas no domingo, com bicicletários públicos em várias partes. Não há disputa com carros e nem a ilusão de que as pessoas trocarão o carro ou o transporte publico por bicicletas. A cidade parece ter gente cuidando dela. Um exemplo para BH seguir.

Diretor da ABIMEMG
Consultor em Mobilidade e Assuntos UrbanosPresidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana