terça-feira, 19 de março de 2013

Um lixo só

Por Leo Soltz*
Acostumados no passado a adquirir bens de consumo para durar, os brasileiros vêm sendo perseguidos por um novo movimento de consumo que já traz grande preocupação a especialistas e, em um futuro bem próximo, a todos nós. 
O descarte indiscriminado de lixo.
Todos os anos, pesando nesta balança apenas os dados ligados a e-waste, que quer dizer lixo eletrônico, o universo do descarte ultrapassa os 150 milhões de toneladas / ano. A cada troca de celular por um novo “modelito” geramos mundialmente uma substituição de 1,5 bilhões de celulares. A partir daí, 50 milhões de toneladas são expostas ao mesmo fim. O Lixo.
Sem entrar no mérito da toxicidade deste ato, estamos diante de um expressivo problema. Os maiores produtores de lixo tecnológico reciclam apenas 30% do seu consumo. A mais expressiva parte deste bolo é exportada para países em desenvolvimento com o pretexto de iniciarem seu caminho tecnológico na famosa “inclusão social”. Recebem de fato um “presente de grego” das grandes potencias. É vergonhoso. Até bem pouco tempo atrás, o Brasil fazia parte do destino de tais carregamentos.
Além destes dados que precisam ser pesados e repensados por nós, como parte desta sociedade de consumo é importante rever nossos pontos de vista quando algum aparelho eletrônico estraga em nossa casa. Um forno com a resistência queimada, uma torradeira que perdeu a mola, uma TV com pequena falha em alguma fiação, um liquidificador que parou do nada. Tudo se torna motivo para uma troca e um descarte. No lixo.
Este estado de indução e reação cega ao meio em que vivemos, incluindo a falta de interesse em consertar tais produtos, nos leva a participar ativamente desta estatística dura e cruel que envolve o tema.
“É mais fácil comprar um novo em 10 vezes sem juros e sem o trabalho de localizar e levar à algum fornecedor ou assistência técnica que possa resolver nosso problema”, dizem alguns.
Cômodo não é mesmo?
Por outro lado o Governo Federal e ainda municípios e estados apresentam soluções inócuas e de poucos incentivos para o processo de reciclagem eletrônica - uma das possibilidades de resolução parcial do problema. O que apresentam é apenas uma medida do Conselho Nacional do Meio Ambiente que obriga as empresas a fornecerem condições de recebimento de pilhas e baterias em locais públicos.
Mas quem vai até estes lugares para depositar tais produtos se não existe uma consciência firme do problema e programas sérios de reciclagem em funcionamento?
O e-waste é formado em grande parte por eletrodomésticos e refrigeradores seguidos de equipamentos de comunicação, monitores e TVs. A expectativa, para piorar o cenário é de mais um bilhão de computadores a serem descartados no próximo ano. Ao todo chegam aos nossos lixões e aterros mais de 250 mil toneladas de lixo diverso, diariamente. Deste total quase 40% são depositados em áreas, sem qualquer tratamento e correto acondicionamento.
Continuando assim, aqui em Minas, as montanhas não conseguirão esconder por muito tempo esta realidade e o lixo estará solto por aí, visível em nossas esquinas.
Parte de nossa paisagem.

Leo Soltz*
*Empresário nos setores de tecnologia e entretenimento, diretor da ABIMEMG. leonardo@soltz.com.br

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A Emenda e o Soneto



por Leo Soltz
 

O cotidiano de cada um de nós vem sendo alterado pelas novas estruturas de distribuição de renda, possíveis depois de um longo período de dependência das grandes potencias internacionais com as quais o país se relacionava para financiar projetos expansionistas ou mesmo de rolagem de dividas contraídas -... Foram tempos difíceis.
 A partir do período FHC, por uma série de fatores internos e externos a estabilidade se implantou e, por conseguinte um novo status social foi sendo delineado ao longo dos Governos Lula e Dilma.

Com este caminho, geramos uma nova curva de consumo. Na prática, as pessoas passaram a consumir mais bens e serviços e com o processo de distribuição de renda alterado, uma grande fatia deste bolo passou a ser representada no corte da classe B, hoje com quase 50% da população brasileira.

Este novo e importante momento traz consigo grandes desafios.

Na questão do consumo, o que podemos dizer é que o mesmo vem sendo desenfreado com características, ao que nos parece, podem vir de encontro no futuro ao que hoje vive a Europa e EUA. Uma expressiva crise. 

Não se trata aqui de jogar por terra o lado bom destas conquistas e resultados alcançados. 

A questão é por quanto tempo este cenário pode perdurar. Até que ponto o governo conseguirá manter em marcha evolutiva suas políticas de expansão de consumo sem desestruturar por completo suas reservas, envolver neste imbróglio suas estatais e ainda, emitir papeis da divida pública para alinhavar tais práticas. Algumas muitas, populistas e que não são de hoje. 

Cabe aqui ressaltar que o endividamento público do país alcançou em 2012 a cifra de três trilhões. Isso mesmo, trilhões. 48% de tudo o que se arrecada está comprometido para tais pagamentos.

Para contribuir ainda mais com este raciocínio, o crescimento e o índice de confiança do empresariado brasileiro vem caindo vertiginosamente e a expansão real da economia não ultrapassou a casa de um digito em 2012. Resultado pífio ocasionado por um modelo de gestão que não vem buscando de forma séria e consistente evoluir sua visão e perceber os erros cometidos no passado.

No âmbito federal e também em alguns estados, o que se estruturou foi uma grande manobra contábil, aonde números de crescimento são forjados para que o cenário não pareça tão calamitoso quanto realmente o é. 

As metas fiscais de 2012 também são alvo de denuncias entre os partidos da oposição que protocolaram recentemente na Câmara, pedido de explicações para os atuais Ministros da Fazenda e do Planejamento sobre o argumento de supostas manobras e maquiagem.

Não se trata, contudo, de um privilegio do Governo Federal. Alguns estados brasileiros vêm se valendo das mesmas prerrogativas em operações suspeitas para atingir seus superávits primários, apresentando números positivos aos cidadãos e a uma imprensa que os quer receber muitas vezes, sem analise. Números equivocados em sua essência, com casos concretos de inclusão de empréstimos como receita. 

Dá para acreditar?!

Não podemos de forma alguma esquecer nosso papel de sociedade organizada e investigativa. Apenas assim poderemos evitar um caos social em médio prazo no nosso país. Os grandes prejudicados em economias como a Grega e a Espanhola são as pessoas que acreditaram em situações e manobras similares e hoje enfrentam um nível de desemprego que chega à casa de 30%. 

O que tais “lideres” esqueceram é que a emenda poderia ficar pior do que o soneto.
E ficou.

Leo Soltz*

*Leo Soltz é empresário nos setores de tecnologia e entretenimento. Casado, pai de Sophie escreve para sensibilizar pessoas e deixar um mundo melhor para sua filha e por indignação às mazelas do dia a dia.
leonardo@soltz.com.br

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A BR 381 revela o tamanho de uma geração de Políticos Mineiros.

A BR 381 revela muito mais do que uma rodovia ultrapassada e traiçoeira, ela expõe um Estado decadente, sem voz e sem vez. Pior, ela nos apresenta uma geração de políticos fracos, sem ideais, omissos, todos preocupados com as suas carreiras e com os interesses pessoais. São os 300 km de estrada mais caros da historia de Minas Gerais em perdas humanas. Contudo, ricos em revelações e exemplos que não devem ser seguidos pelas futuras gerações. Em qualquer País de democracias adultas e de instituições fortes, o imbróglio da BR 381 já teria sido motivo para derrubar ministros, presidentes, procuradores federais omissos, deputados oportunistas, engenheiros incompetentes e agentes públicos negligentes. Duas décadas se passaram e o tema já deixou de ser um problema em si e passou a ser um assunto de Estado. 

Onde já deveriam ter 6 pistas, privatizadas e seguras, mendiga-se uma rodovia duplicada. É a historia do filho feio sem pai, que provoca muito barulho e pouca atitude concreta. Pelo menos duas dúzias de políticos OPORTUNISTAS foram eleitos prometendo resolver o assuntos. 

Contudo, entra ano, sai ano, e a 381 continua matando, sem piedade. Ha os que argumentam que as mortes é por conta da imprudência, esquecem que toda vez que um imprudente age, mata um prudente e sua família. A União deveria ser responsabilizada, mas não é, vale os argumentos dos agentes da PRF, sempre repetindo a mesma ladainha: “A culpa foi da imprudência”. Bastaria fazer comparações com SP que tem 22 milhões de veículos, e 8 vezes menos mortes do que MG que tem apenas 7,8 milhões. Isso por si só já seria um indicio de que algo está errado com as nossa rodovias de pista simples que facilitam as colisões frontais, causa de 85% das mortes.

A Rodovia da Morte já fez deputados federais, estaduais, vice presidentes, superintendente geral do DNIT, prefeitos, senadores e até vereadores, mas nenhum deles conseguiu apresentar resultados que mudasse o cenário. A Presidente Dilma, que se diz mineira, fez promessas com pompas e direito a primeira pagina de jornal. O Ministro Paulo de Tarso, dos Transportes, veio pessoalmente e um exército de bajuladores bateram palma e proclamaram: Agora vai... E nada aconteceu! Será que Minas terá que eleger um governador do PT ou o Brasil terá que eleger um presidente do PSDB para que a 381 seja tratada com a urgência que ela merece? Onde vivem os homens que lidam com a burocracia? É justo perguntar se eles residem em outro planeta? Ou agem pela lógica perversa da política partidária nacional que visa tão somente o poder, pelo poder? Possivelmente, nenhum deles conhece a realidade da 381, moram longe e são insensíveis, jamais serão punidos pelo crime de prevaricação.

Se o Brasil tivesse instituições realmente fortes e autônomas, a serviço do povo, o MP Federal já teria exigido respeito pela vida e teria interditado essa rodovia, ou pelo menos parte dela. Contudo, um clube não transita no terreiro do outro e tudo segue a lógica do toma lá, da cá. Foram 10 anos e 20 milhões em um projeto executivo que prevê apenas a duplicação , quando o correto é reconstruir a rodovia, com traçado menos sinuoso e mais seguro, inclusive mais barato. Um projeto diferente daquele feito em rotas de burros há 60 anos. É inacreditável que um erro desta magnitude passe em branco e que nenhum agente publico seja punido. Nas empresas privadas, quando erramos, pagamos com o próprio emprego. No DNIT, o erro virou rotina, regra e não exceção. Ele é apenas um órgãos que serve aos partidos e políticos "generosos". Triste sina de um povo, cujo modelo político eleitoral visa atender apenas a interesses pessoais, em uma novela mexicana sem fim onde muda-se os personagens, mas os atores continuam os mesmos.

José Aparecido Ribeiro
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
Fundador da ONG SOS Rodovias Federais.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Anel Rodoviário é Via Expressa, não pode ser Avenida

 por José Aparecido Ribeiro

A ideia de transformar o Anel Rodoviário em avenida é tão absurda que chega a ser inacreditável. A cidade precisa urgente de mais vias expressas, pois o carro é uma realidade que não sai de cena, com ou sem transporte coletivo de boa qualidade. Com todos os seus defeitos, o Anel cumpre papel importante na distribuição do tráfego e no encurtamento de distâncias para quem desloca dentro de BH e entre os municípios do colar metropolitano. 

Imagine a Linha Vermelha ou a Linha Amarela na cidade do Rio de Janeiro serem transformadas em avenidas? O Anel é uma “auto pista” (via expressa) e jamais será avenida. Os "especialistas" responsáveis por pensar em soluções para a capital mineira querem copiar o modelo de mobilidade de algumas cidades Europeias. Esquecem que a maioria delas tem topografia plana, clima frio ou temperado e foram construídas a mais de 1.500 anos. Enxergam apenas o centro destas cidades, mas não copiam o quem elas produziram em auto pistas, vias expressar, tuneis, edificações subterrâneas, viadutos, complexos viários gigantescos e alternativas de transporte coletivo.

BH foi concebida pelo Arquiteto e Urbanista Paraense, Aarão Reis, no final do Século IXX, tento a cidade de Washington, nos EUA como modelo, e não as cidades Europeias. Esquecem também que a cultural do brasileiro é muito mais parecida e influenciada pelo modelo Norte Americano do que pelo modelo Europeu. As cidades nos EUA, que deveriam servir de exemplo para as Brasileiras tem no carro mais do que um meio de transporte, mas um estilo de vida e sinônimo de liberdade. Foram adaptadas para o carro. Miami, Atlanta, Dallas, Nova York, Detroit, Los Angeles, San Francisco e outras, deveriam ser exemplos para Belo Horizonte.

Se a qualidade do transporte coletivo aqui for considerada, o carro torna-se ainda, uma necessidade indispensável. Quem pode, fará de tudo para ter um. E não faltam incentivos para isso: Linhas de crédito, uma indústria automobilística responsável por parcela significativa dos empregos nacionais, que não pode parar e sobretudo melhoria na renda do trabalhador. Se não bastasse, o carro é sonho de consumo de mais de 80% das pessoas no Brasil, independente de classe social.

A proposta de BRT para o Anel visa compensar as possíveis perdas que os concessionários de ônibus terão com o metro e outros modais de transporte coletivo que não serão feitos sob rodas. O que é legítimo, pois eles tem uma concessão de 20 anos, que deu inicio em 2008 e termina somente em 2028. Não podem ficar no prejuízo, fizeram investimentos e estão dentro da Lei. Contudo, essa não pode ser a única alternativa de compensação, pois existem outras, já que os ônibus, assim como os carros, não saem de cena, terão papel importante na alimentação das estações de metro, BRT, Monotrilho e VLT. Com efeito, a proposta de avenida precisa ser revista.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mais um Libelo do Jornalista Eduardo Costa

(*)
O que o Radialista e Jornalista Eduardo Costa escreveu hoje, dia 22 de fevereiro em sua coluna diária do HD no artigo intitulado "É Preciso Viver na Cidade", deveria ser emoldurado e transformado em material de leitura obrigatória de qualquer individuo que queira se aventurar na política, por apadrinhamento, vaidade ou interesses duvidosos, incluindo donos de partidos, vereadores, deputados, prefeitos, senadores, governadores, secretários de governo e até Presidentes da República.

São raros, muito raros, os que conhecem de fato a nossa realidade cotidiana, tão bem citada pelo missivista. A política, há muito, está nas mãos de oportunistas, a serviço de grupos. TODOS, FARINHA DO MESMO SACO podre e com os mesmo propósitos: se locupletarem. Infelizmente, a democracia padece de um "pecado original" que o Filósofo Platão enxergou quatro séculos antes de Cristo: "Ela permite a qualquer um, o que não deveria ser para "qualquer um".

 

Divagando sobre o cotidiano da cidade e seus verdadeiros problemas, os que foge aos olhos dos nossos representantes legislativos e executivos, Eduardo Costa revela conhecimento e sensibilidade que deveria servir de exemplo para quem ainda tem algum idealismo, mesmo que pouco. A política precisa mudar de maos urgente.

O Artigo do Eduardo é um libelo, e ao mesmo tempo um puxão de orelhas no eleitor que é cúmplice dessa pouca vergonha ao confiar seu voto em indivíduos desqualificados, sem aptidão.

Parabéns Eduardo, é de Cidadãos como você na Política, que o nosso país precisa. (Clique aqui para ler a matéria do Hoje em Dia).




José Aparecido Ribeiro (*)
Diretor da ABIMEMG
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos.
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O que está acontecendo com a aviação brasileira?

Essa pergunta precisa ser feita para os políticos e para os profissionais de imprensa que viajam pouco de avião, pois se for feita para os executivos das 3 únicas companhias aéreas que monopolizam o mercado brasileiro, eles dirão que vai bem obrigado. A realidade, no entanto, não é bem essa. Tenho ouvido relatos que seriam cômicos, se não fossem trágicos: Veja as histórias a seguir, que não são estórias, mas fatos. Um amigo relatou que em um voo da TAM que saiu de Fortaleza com destino ao Rio, na ultima quinta, havia um pequeno viajante e que na hora do serviço de bordo ele abriu todo animado a bandeja do almoço e encontrou apenas um biscoito, um pedaço de bolo mixuruca e um queijo sem graça. Decepcionado, reclamou com o comissário da empresa chileno-brasileira e ouviu como resposta um lamento: “Desculpe, meu amiguinho, eu mesmo, acredite, estou trazendo minha marmita de casa.”

Presenciei recentemente algumas situações que merecem ser contadas, pois revelam a que ponto chegou a mesquinharia das cias aéreas: Ao ser abordado por um comissário da Gol em um voo de Belém para Brasília há duas semanas, que vendia lanchinhos parecidos com aqueles do nosso tempo de jardim de infância, por R$25,00, brinquei com ele dizendo que a minha religião não permitia comprar lanches, pois eu era de um tempo em que o serviço de bordo era motivo de orgulho das cias aéreas. Ele não titubeou, e me respondeu sem perder a pose: “Se o Sr quiser caviar, compre uma primeira classe na Emirates”, aqui as coisas mudaram e vão piorar ainda mais. Fico pensando, o que pode piorar se até os assentos de emergência, que deveriam ser obrigatoriamente ocupados, por questões de segurança, hoje custa R$40,00.

Em outro voo da TAM de Brasília para São Paulo, na semana passada, enquanto esperada o banheiro vagar presenciei a comissária da, traçar seu almoço ali mesmo, sentadinha no seu banquinho. Tudo certo, se o banquete não fosse uma matula (marmita) que cheirava frango de ontem. Sem a menor cerimônia degustando o seu menu, ela até que foi bastante educada e perguntou se eu estava servido. Pergunto então aos burocratas que comandam empresas pela lógica pura e simples do lucro, se isso é normal, ou se estou ficando velho? Antes que me digam que as coisas mudaram e que as passagens ficaram mais baratas, eu digo que eles precisam rever seus conceitos, pois na semana passada, paguei R$1.700,00 por uma ida e volta BH/São Paulo/BH. A reserva foi feita com 5 dias de antecedência e os preços das duas maiores cias, (TAM e GOL) era o mesmo até nos centavos. Traduzindo: MONOPÓLIO explicito. Minha alternativa seria voar por Campinas pagando R$700,00, o que também é absurdo.



José Aparecido Ribeiro (*) (Foto divulgação)
Diretor da ABIMEMG
Consultor de Empresas
Profissional de Turismo há 25 anos



A que prestam os partidos políticos?

 (*)
Lembro-me do tempo de faculdade quando um amigo, na ocasião, militante de um importante partido político, dizia:"Se partido fosse bom, meu caro, não seria partido, mas inteiro". Com essas breves palavras ele conseguia resumir, há 20 anos, o que hoje parece ter chegado ao fundo do poço. Ou seja, o objetivo dos partidos já não serve mais ao conjunto da sociedade. Eles tem donos e serve aos amigos do dono.

São todos farinha do mesmo saco, não há exceções, e precisam de uma faxina, de cabo a rabo. Isso por que são eles os responsáveis por quem entra e por que permanece na política, é pela porta da frente deles que os políticos nascem, fracassam, ou prosperam. Os que tem vocação, são idealistas e honestos, mas também os que tem dinheiro e motivações escusas, por vezes questionáveis. A democracia permite a qualquer um, o que não deveria ser para “qualquer um”...

Portanto, são eles que definem o futuro do País e não podem ser fisiológicos, nem tampouco trampolim para oportunistas chegarem ao poder. Devem ter identidade, ideologia e precisam ter consciência das suas responsabilidades. Precisam estar perto do povo sempre, e não apenas às vésperas das eleições de 2 em 2 anos. Precisam urgentemente passar por uma reforma.

José Aparecido Ribeiro (*) (Foto divulgação)
Diretor da ABIMEMG
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana - ACMinas