por Leo Soltz
O cotidiano de cada um de nós vem sendo alterado pelas novas estruturas de distribuição de renda, possíveis depois de um longo período de dependência das grandes potencias internacionais com as quais o país se relacionava para financiar projetos expansionistas ou mesmo de rolagem de dividas contraídas -... Foram tempos difíceis.
O cotidiano de cada um de nós vem sendo alterado pelas novas estruturas de distribuição de renda, possíveis depois de um longo período de dependência das grandes potencias internacionais com as quais o país se relacionava para financiar projetos expansionistas ou mesmo de rolagem de dividas contraídas -... Foram tempos difíceis.
A partir
do período FHC, por uma série de fatores internos e externos a estabilidade se
implantou e, por conseguinte um novo status social foi sendo delineado ao longo
dos Governos Lula e Dilma.
Com este
caminho, geramos uma nova curva de consumo. Na prática, as pessoas passaram a
consumir mais bens e serviços e com o processo de distribuição de renda
alterado, uma grande fatia deste bolo passou a ser representada no corte da
classe B, hoje com quase 50% da população brasileira.
Na questão do
consumo, o que podemos dizer é que o mesmo vem sendo desenfreado com
características, ao que nos parece, podem vir de encontro no futuro ao que hoje
vive a Europa e EUA. Uma expressiva crise.
Não se trata
aqui de jogar por terra o lado bom destas conquistas e resultados alcançados.
A
questão é por quanto tempo este cenário pode perdurar. Até que ponto o governo
conseguirá manter em marcha evolutiva suas políticas de expansão de consumo sem
desestruturar por completo suas reservas, envolver neste imbróglio suas
estatais e ainda, emitir papeis da divida pública para alinhavar tais práticas.
Algumas muitas, populistas e que não são de hoje.
Cabe aqui
ressaltar que o endividamento público do país alcançou em 2012 a cifra de três
trilhões. Isso mesmo, trilhões. 48% de tudo o que se arrecada está comprometido
para tais pagamentos.
Para
contribuir ainda mais com este raciocínio, o crescimento e o índice de
confiança do empresariado brasileiro vem caindo vertiginosamente e a expansão
real da economia não ultrapassou a casa de um digito em 2012. Resultado pífio
ocasionado por um modelo de gestão que não vem buscando de forma séria e
consistente evoluir sua visão e perceber os erros cometidos no passado.
No âmbito
federal e também em alguns estados, o que se estruturou foi uma grande manobra
contábil, aonde números de crescimento são forjados para que o cenário não
pareça tão calamitoso quanto realmente o é.
As metas
fiscais de 2012 também são alvo de denuncias entre os partidos da oposição que
protocolaram recentemente na Câmara, pedido de explicações para os atuais
Ministros da Fazenda e do Planejamento sobre o argumento de supostas manobras e
maquiagem.
Não se trata,
contudo, de um privilegio do Governo Federal. Alguns estados brasileiros vêm se
valendo das mesmas prerrogativas em operações suspeitas para atingir seus
superávits primários, apresentando números positivos aos cidadãos e a uma
imprensa que os quer receber muitas vezes, sem analise. Números equivocados em
sua essência, com casos concretos de inclusão de empréstimos como receita.
Não podemos de
forma alguma esquecer nosso papel de sociedade organizada e investigativa.
Apenas assim poderemos evitar um caos social em médio prazo no nosso país. Os
grandes prejudicados em economias como a Grega e a Espanhola são as pessoas que
acreditaram em situações e manobras similares e hoje enfrentam um nível de
desemprego que chega à casa de 30%.
E ficou.
Leo Soltz*
*Leo Soltz é
empresário nos setores de tecnologia e entretenimento. Casado, pai de Sophie escreve
para sensibilizar pessoas e deixar um mundo melhor para sua filha e por
indignação às mazelas do dia a dia.
leonardo@soltz.com.br
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